segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mensageiros de Sião-15/12/2011

Libertação



Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a glória do Senhor. 
O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 
Lucas 4:18

Outros Versículos encontrados:

O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 
Lucas 4:18
E, quando um homem se deitar com uma mulher que for escrava, desposada com um homem, e que não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então ambos serão açoitados; não morrerão, pois ela não era livre. 
Levítico 19:20
E santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus habitantes; ano de jubileu será para vós; pois tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família. 
Levítico 25:10
Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte. 
Salmos 68:20
e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos. 
Salmos 119:45
O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; 
Isaías 61:1
A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez um pacto com todo o povo que estava em Jerusalém, para lhe fazer proclamação de liberdade, 
Jeremias 34:8
E vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, proclamando liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um pacto, na casa que se chama pelo meu nome; 
Jeremias 34:15
Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu vos proclamo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a fome; e farei que sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra. 
Jeremias 34:17
Se, porém, der um presente da sua herança a algum dos seus servos, será deste até o ano da liberdade; então tornará para o príncipe; pois quanto à herança, será ela para seus filhos. 
Ezequiel 46:17
Cuidava que seus irmãos entenderiam que por mão dele Deus lhes havia de dar a liberdade; mas eles não entenderam. 
Atos dos Apóstolos 7:25
Porque o rei, diante de quem falo com liberdade, sabe destas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto. 
Atos dos Apóstolos 26:26
pregando o reino de Deus e ensinando as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade, sem impedimento algum. 
Atos dos Apóstolos 28:31
na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 
Romanos 8:21
Mas, vede que essa liberdade vossa não venha a ser motivo de tropeço para os fracos. 
1 Coríntios 8:9
consciência, digo, não a tua, mas a do outro. Pois, por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência de outrem? 
1 Coríntios 10:29
Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. 
2 Coríntios 3:17
e isto por causa dos falsos irmãos intrusos, os quais furtivamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos escravizar; 
Gálatas 2:4
Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão. 
Gálatas 5:1

Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros. 
Gálatas 5:13

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A ERA DOS PATRIARCAS

A ERA DOS PATRIARCAS 

O livro do Gênesis traça a linhagem de Israel até Abraão, o nômade monoteísta que, conforme Deus prometeu, seria "o pai de uma multidão de povos" cujos filhos herdariam a Terra de Canaã. A promessa divina e a identidade étnica de Israel foram transmitidas de geração a geração - de Abraão a Isaac e a Jacó. Tangidos pela fome, Jacó e seus filhos - progenitores das 12 antigas tribos de Israel - foram forçados a abandonar Canaã e a migrar para o Egito.

A arqueologia moderna não encontrou nenhuma prova direta que confirmasse o relato bíblico. Mas isso não causa surpresa a estudiosos como Barry J. Beitzel, professor de línguas semíticas e do Velho Testamento na Trinity Evangelical Divinity School, no estado americano de Illionois. Essas são apenas "histórias familiares" de um nômade desconhecido e seus descendentes, diz Beitzel, e não história geopolítica do tipo que costuma ser preservada nos anais de um reino.

Kenneth A Kitchen, egiptólogo e orientalista agora aposentado pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra, sustenta que a arqueologia e a Bíblia "se harmonizam" quando descrevem o contexto histórico das narrativas dos patriarcas. Na passagem do Gênesis 37:28, por exemplo, José um dos filhos de Jacó, é vendido como escravo por 20 moedas de prata. Kitchen assinala que esse era o exato preço de escravo naquela região, no período compreendido entre os séculos 19 e 17 a.C., como ficou comprovado por documentos recuperados na região que é hoje a Síria e o Iraque.

Outros documentos revelam que o preço de escravos subiu de forma contínua nos séculos seguintes. Se a história de José foi inventada por um escriba judeu do século 6º, como sugerido por alguns céticos, por que o valor citado não corresponde ao preço da época? "É mais razoável supor que a informação da Bíblia reflita a realidade", diz Kitchen.

FUGA DO EGITO

Já foi dito que a dramática história do Êxodo - de como Deus libertou Moisés e o povo judeu do cativeiro no Egito e os guiou à Terra Prometida de Canaã - é a "proclamação central da Bíblia hebraica". Mas os arqueólogos não descobriram, fora da Bíblia, qualquer prova concreta que dê sustentação a essa história, nem à própria existência de Moisés.

Mas Nahum Sarna, professor de estudos bíblicos da Universidade de Brandeis, afirma que o relato do Êxodo - que liga a origem de uma nação à escravatura e à opressão - "não pode, de modo algum, ser uma peça de ficção. Nenhuma nação inventaria para si mesma uma tradição assim tão inglória", a menos que houvesse um núcleo verídico. William G. Dever, arqueólogo da Universidade do Arizona, observa: "Escravos, servos e nômades costumam deixar poucos traços nos registros arqueológicos."

A data a ser atribuída ao Êxodo é outra fonte de controvérsia. Em 1 Reis 6:1, encontramos o que parece um marco histórico claro para o fim da estada israelita no Egisto: "E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel (...) começou a edificar-se a casa do Senhor." Mas a data não coincide com de outros textos bíblicos nem com o que se sabe da história egípcia.

Sarna e alguns estudiosos alegam que o período citado - 480 anos - não deve ser tomado ao pé da letra. "São 12 gerações de 40 anos cada uma", explica o professor. O número 40 é "um número convencional na Bíblia", usado com freqüência para designar um longo período. Ao se ler a cronologia do Primeiro Livro de Reis sob essa perspectiva - isto é, como uma exposição teológica e não como história pura -, pode-se colocar o Êxodo no século 13 a.C., na época de Ramsés II, em que há forte sustentação, circunstancial nos registros arqueológicos.

Matheus


AutorEmbora este evangelho não identifique seu autor, a antiga tradição da igreja o atribui a Mateus, o apóstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele, além de seu nome e ocupação. A tradição diz que, nos quinze anos após ressurreição de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionárias em outras nações.
DataEvidências externas, como citações na literatura cristã do Séc I, testemunham desde cedo a existência e o uso de Mt. Líderes da igreja do Séc. II e III geralmente concordavam que Mt foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias declarações em sues escritos indicam uma data entre 60 e 65 dC.
ConteúdoO objetivo de Mt é evidente na estrutura deste livro, que agrupa os ensinamentos e atos de Jesus em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao judaísmo, pode revelar o objetivo de Mt em mostrar Jesus como o cumprimento da lei. Cada divisão termina com uma fórmula como: “Concluindo Jesus estes dircusos...” (7.28; 11.1; 13.53; 19.1; 26.1).
No prólogo (1.1-2.23), Mt mostra que Jesus é o Messias ao relacioná-lo às promessas feitas a Abraão e Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do cumprimento, retrata a realeza de Jesus e sublinha a importância dele para os gentios.
A primeira parte (caps. 3-7) contém o Sermão da Montanha, no qual Jesus descreve como as pessoas devem viver no Reino de Deus.
A Segunda parte (8.1-11.1) reproduz as instruções de Jesus a seus discípulos quando ele os enviou para a viagem missionária.
A Terceira parte (11.2-13.52) registra várias controvérsias nas quais Jesus estava envolvido e sete parábolas descrevendo algum aspecto do Reino dos céus, em conexão com a resposta humana necessária.
A Quarta parte ( 13.53-18.35) o principal discurso aborda a conduta dos crentes dentro da sociedade cristã (cap 18).
A quinta Parte (19.1-25.46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalém e revela seu conflito climático com o judaísmo. Os caps. 24-25 contêm os ensinamentos de Jesus relacionados à últimas coisas. O restante do Livro (26.1-28.20) detalha acontecimentos e ensinamentos relacionados à crucificação, à ressurreição e à comissão do Senhor à Igreja. A não ser no início e no final do Evangelho, a disposição de Mt não é cronológica e não estritamente biográfica, mas foi planejada para mostrar que o Judaísmo encontra o cumprimento de suas esperanças em Jesus.
Cristo ReveladoEste Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e esperanças messiânicas. Mt estrutura cuidadosamente suas narrativas para revelar Jesus como cumpridor de profecias específicas. Portanto, ele impregna seu Evangelho tanto com citações quanto com alusões ao AT, introduzindo muitas delas com a fórmula “para que se cumprisse”.
No Evangelho. Jesus normalmente faz alusão a si mesmo como o Filho do Homem, uma referência velada ao seu caráter messiânico (Dn 7.13,14). O termo não somente permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de títulos messiânicos populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua missão de redenção (como em 17.12,22; 20.28; 26.24) quanto seu retorno na glória (como em 13.41; 16.27; 19.28; 24.30,44; 26.64).
O uso do título “Filho de Deus” por Mt sublinha claramente a divindade de Jesus ( 1.23; 2.15; 3.17; 16.16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e sem mediação com o Pai (11.27).
Mt apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que é chamada a viver nova ética do Reino dos céus. Jesus declara: “a igreja” como seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16.18; 18.15-20). O Evangelho de Mt pode ter servido como manual de ensino para a igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comissão (28.12-20), que é a garantia da presença viva de Jesus.
O Espírito Santo em AçãoA atividade do ES é evidente em cada fase e ministério de Jesus. Foi por meio do poder do Espírito que Jesus foi concebido no ventre de Maria (1.18-20).
Antes de Jesus começar seu ministério público, ele foi tomado pelo Espírito de Deus (3.16) e foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo como preparação adicional a seu papel messiânico (4.1). O poder do Espírito habilitou Jesus a curar (12.15-21 e a expulsar demônios (12.28).
Da mesma forma que João imergia seus seguidores na água, Jesus imergirá seus seguidores no ES (3.11). Em 7.21-23, encontramos uma advertência dirigida contra os falsos carismáticos, aqueles que na igreja, profetizam, expulsam demônios e fazem milagres, mas não fazem a vontade do Pai. Presumivelmente, o mesmo ES que inspira atividades carismáticas também deve permitir que as pessoas da igreja façam a vontade de Deus (7.21)
Jesus declarou que suas obras eram feitas sob o poder do ES, evidenciando que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de satanás estava sendo derrotado. Portanto, atribuir o ES ao diabo era cometer um pecado imperdoável (12.28-32).
Em 12.28, o ES está ligado ao exorcismo de Jesus e à presente realidade do Reino de Deus, não apenas pelo fato do exorcismo em si, pois os filhos dos fariseus (discípulos) também praticavam exorcismo (12.27). Mas precisamente, o ES está executando um novo acontecimento com o Messias—”é chegado a vós o Reino de Deus” (v.28).
Finalmente, o ES é encontrado na Grande Comissão (28.16-20). Os discípulos são ordenados a ir e a fazer discípulos de todas as nações, “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do ES” (v.19). Isto é, eles deveriam batizá-los “no/com referência ao “ nome— ou autoridade– do Deus Triúno. Em sua obediência a esta missão, os discípulos de Jesus têm garantida sua constante presença com eles.

A mulher sábia

A mulher sábia há de ter contentamento; v. 13. Em Provérbios 30:21,23 somos informados que a terra se alvoroça... “com uma mulher aborrecida (sem contentamento, descontente com o que recebe de Deus) quando se casa." Algumas mulheres não precisam de muita coisa para se aborrecer. Se uma agulha se perde o mundo o ouvirá. Pensemos no descontentamento de algumas mulheres e em como isso afeta seus filhos, e muito mais, seus maridos. Não poderá o marido viver alegre, afinal, quem deveria alegrar-lhe está sempre triste e reclamando. A Sunamita era jovem, provavelmente bonita, e, sendo casada com um homem bem mais velho, estava impossibilitada de ter filhos. Para uma mulher daquele tempo isso era uma sinal muito triste. Podia ela viver sempre aborrecida, mas não, ela estava satisfeita. Quando o profeta quis devolver a benfeitoria, ela prontamente recusou, alegando: Eu vivo feliz no meio do meu povo. Para ela o simples fato de viver entre as pessoas que a amava e a respeita já era motivo de ser feliz. Seria bom se todos tivessem consciência de quando estão realmente bem. O coração contente não precisa de muito para sentir-se feliz e em paz. Ao contrário isso é o espírito de descontentamento que paira sobre muitas mulheres. Tal foi o caso de Raquel, que numa condição igual a da Sunamita disse ao seu marido: Me dá filhos senão eu morro. Além de viver descontente culpa o marido pelo fato (Provérbios 30:15; 17:1).

Obra da Carne

OBRAS DA CARNE. 

“Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17). 

As obras da carne (5.19-21) incluem:

(1) “Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são traduzidos por um só em português: prostituição.

(2) “Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).

(3) “Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21).

(4) “Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).

(5) “Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23). 

(6) “Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas. 

(7) “Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11; 3.3). 

(8) “Emulações” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3). 

(9) “Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações violentas (Cl 3.8). 

(10) “Pelejas” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20; Fp 1.16,17). 

(11) “Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17). 

(12) “Heresias” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19). 

(13) “Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos. 

(14) “Homicídios” (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas. 

(15) “Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.
 
(16) “Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.
 
As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-se do 
reino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9).

Fotos da Missão Angolana no Brasil








Fotos da Missão Angolana

Crente o o Mundo

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” 1Jo 2.15,16

A palavra “mundo” (gr. kosmos) freqüentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14 ). Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida, tais como o álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta. Os crentes devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra Deus e a sua Palavra. Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. Finalmente, o “mundo” também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas. 

(1) Satanás (ver Mt 4.10, nota sobre Satanás) é o deus do presente sistema mundano (ver Jo 12.31 nota; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; 5.19). Ele o controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).

(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais, econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo (Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua verdade, a qual revela a iniqüidade do mundo (Jo 7.7). 

(3) O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. O mundo está sob o domínio de Satanás (ver Jo 12.31 nota); a igreja pertence exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve separar-se do mundo.

(4) No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11).
(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2 nota), não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniqüidade do mundo (ver Hb 1.9), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4). 
(b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4.4). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (ver Lc 23.35). Note, é claro, que os termos “mundo” e “terra” não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc. 

(5) De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a Deus: 
(a) “A concupiscência da carne”, que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14).
(b) “A concupiscência dos olhos”, que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus, inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28). 
(c) “A soberba da vida”, que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece Deus como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).

(6) O crente não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11 nota; 2Co 6.14 nota) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11 nota), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 22,23).

(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio (Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2Co 11.3; 1Pe 5.8).

(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus (Dn 2.34,35, 44; 2Ts 1.7-10; 1Co 7.31; 2Pe 3.10 nota; Ap 18.2).

A FÉ CRISTÃ

A simples fé implica uma disposição de alma para confiar noutra pessoa. Difere de credulidade, porque aquilo em que a  fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não lhe é contrário. A credulidade, porém,  alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso.
A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como "uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras". A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração.

II- A Fé no ATA atitudes para com Deus que no NT a fé nos indica, é largamente designada no AT pela palavra "temor". O temor está em primeiro lugar que a fé; a reverência em primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no AT, sendo isso particularmente entendido naquela parte do AT, que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas. Não es está longe da verdade, quando se sugere que o "temor do Senhor" contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no NT. As palavras "confiar" e "confiança" ocorrem muitas vezes; e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn 15.6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática.

III- A Fé, nos EvangelhosFé é uma das palavras mais comuns e mais características do NT. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está  em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e a palavra  de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.29; 13.58; 15.28; Mc 5.34-36; 9.23; Lc 17.5,6). Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder; é a fé que opera maravilhas. Na passagem de Mc 11.22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no NT, uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.2; Lc 7.50): é a fé salvadora que significa salvação. Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome "fé" não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo "crer". Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6.44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3.15-18; 4.41-53; 19.35; 20.31, etc). Em cada um dos evangelhos, Jesus proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em João do que nos evangelhos sinóticos, mas é bastante clara no último (Mt 18.6; Lc 8.12; 22.32).

IV- A Fé, nas Cartas de Paulo
Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo. As obras não tem valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é uma causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos. Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nos realmente estamos sendo justificados, somos santificados ela constante operação e influência  do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai por meio de Jesus. E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do E. Santo (Ef 3.16-19).

V- Fé e Obras

Tem-se afirmado que há contradição entre Paulo e Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Rm 4.2; Tg 2.21).
Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual. E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé. Nós já vimos o que Paulo ensina a respeito sa fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem, e não meramente na cabeça; é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele; e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata duma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl 5.6).
Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias; ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação. Tiago condena uma fé morta; Paulo louva uma fé viva. Não há pois, contradição. A fé viva, a fé que justifica e que se manifesta por meio daquelas boas obras, agradáveis a Deus, pode ser conhecida naquela frase já citada: "a fé que atua pelo amor".

Sagrada escritura

Por que estudar a Bíblia? É de primeira necessidade que o cristão conheça profundamente sua fé e sua base doutrinária. Sem o conhecimento adequado da Palavra de Deus, um cristão não possui qualquer condição de prevalecer contra as falsas doutrinas, e muito menos de entender e praticar o Cristianismo. Tendo em vista a necessidade de um conhecimento amplo e profundo da fé e teologia cristã, esse estudo abordará as Sagradas Escrituras, para que o cristão: 1. “Saiba responder a quem lhe perguntar sobre a razão da sua fé”. (1Pe. 3.15); 2. Apresente-se aprovado a Deus. (2Tm. 2.15); 3. Não seja condenado por não conhecer corretamente sua fé. (Os. 4.6 e Mt. 22.29); 4. Entender que a única forma de fé aceitável à Deus emana do padrão das Escrituras. (Rm. 10.17 e Hb. 11.3); 5. Ser habilitado a batalhar pela fé cristã com qualidade (Jd. 3). 6. Saber identificar e se guardar das heresias, dos equívocos e das falsas interpretações bíblicas (Mt. 16. 6-11/12). O que a Bíblia significa para nós? Por fim, o estudante sincero das Escrituras deve saber que a Bíblia é o próprio Deus infinito se revelando ao homem e que tudo que podemos descobrir de Deus é o que Ele mesmo revela de si próprio (Jo. 1.1), igualmente devemos compreender que a Bíblia é a nossa própria vida (Dt. 32.47) e que contém em si um padrão de mandamentos, conceitos e regras a ser conhecido e obedecido (Os. 6.3 e Tg. 1.22). 1.1 INTRODUÇÃO “Mas, para que nos reluza a verdadeira religião, é preciso considerar isto: que ela tenha a doutrina celeste como seu ponto de partida; nem pode alguém provar sequer o mais leve gosto da reta e sã doutrina, a não ser aquele que se faz discípulo da Escritura. Donde também provém o princípio do verdadeiro entendimento: quando abraçamos reverentemente o que Deus quis testificar nela acerca de si mesmo. Ora, não só a fé consumada, ou completada em todos os seus aspectos, mas ainda todo reto conhecimento de Deus nascem da obediência à Palavra.” (CALVINO, João. Institutas. Tradução: Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. p. 79). “(…) porque a verdade se dirime de toda dúvida quando, não se apoiando em suportes alheios, por si só ela própria é suficiente para suster-se. Quão peculiar, porém, é esse poder à Escritura, transparece claramente disto: que dos escritos humanos, por maior que seja a arte com que são burilados, nenhum sequer nos consegue impressionar de igual modo. Basta ler a Demóstenes ou a Cícero; a Platão ou a Aristóteles, ou a quaisquer outros desse plantel: em grau admirável, reconheço-o, são atraentes, deleitosos, comoventes, arrebatadores. Contudo, se te transportares dali para esta sagrada leitura, queiras ou não, tão vividamente te afetará, a tal ponto te penetrará o coração, de tal modo se te fixará na medula, que, ante a força de tal emoção, aquela impressividade dos retóricos e filósofos quase que se desvanece totalmente, de sorte que é fácil perceber que as Sagradas Escrituras, que em tão ampla escala superam a todos os dotes e graças da indústria humana, respiram algo de divino.” (CALVINO. João. op. cit. p. 88-89). O vocábulo Bíblia é proveniente da palavra grega biblos ou bíblion, que significa rolo, livro, livros ou coleção de livros, esta última, a forma como atualmente é empregada, ou seja, como um conjunto de livros divinamente inspirados, que foram agrupados, passando a ser a fonte de autoridade e regra de fé cristã. A Bíblia foi composta em um período de aproximadamente 1.545 anos, desde seus cinco primeiros livros, escritos por Moisés, que recebem a denominação de Pentateuco, até seu último livro, chamado Apocalipse, escrito pelo apóstolo João. A Bíblia contém 66 livros, divididos em Antigo e Novo Testamentos, e foi escrita por aproximadamente 46 escritores diferentes. Fato importante de se salientar é que apesar de a Bíblia ter sido escrita por uma variedade tão grande de pessoas e em épocas diferentes, manteve em sua essência o mesmo ensino e doutrina, ocorrência essa que somente soma a favor de sua qualidade como a Palavra inerrante, autêntica e inspirada de Deus, que conduziu toda a sua escrita, através de homens que Ele mesmo separou para essa importantíssima tarefa. 1.2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUNS TERMOS RELACIONADOS À BÍBLIA Abaixo relacionamos alguns termos que são costumeiramente empregados em relação à Bíblia: - Canônico à Do grego kanon, que siginifica cana, regra, medida. Faz referência aos 66 livros considerados como autênticos, inerrantes e inspirados por Deus, que compõem a Bíblia protestante atual. - Deuterocanônico à Do grego deutéro + kanon, que significa do outro cânon, ou da outra regra, significando que tais livros não foram considerados “Escrituras” pela comunidade cristã ou judia fiéis, nos tempos de sua composição. - Apócrifos ou Pseudo-Epígrafos à Do grego apókryphos, que significa não-autêntico, falso, secreto, e pseudés-epigrápho, que significa falso responsável pela escrita. Diz-se dos livros tidos como não-fidedignos pela cristandade e pelo judaísmo, ou seja: são aqueles considerados falsos, mentirosos ou incompatíveis com a história, cultura, fatos e espiritualidade da época. São os seguintes livros: O Primeiro Livro de Adão e Eva, O Segundo Livro de Adão e Eva, Livro dos Segredos de Enoque, Livro das Ascenção de Isaías, Conto dos Patriarcas, O Martírio de Isaías, Melchizedek, Narração do Dilúvio da Epopéia de Gilgamesh (Relato Babilônico), O Testamento de Abraão, A Assunção de Moisés, Caverna dos Tesouros, Livro de Enoque (I Enoque), Testamento dos Doze Patriarcas, O Hino da Pérola Sobre a Origem do Mundo, O Livro dos Jubileus, Livro da Infância do Salvador, A História de José, o Carpinteiro, Evangelho Árabe da Infância, Excertos do Evangelho Armênio da Infância José e Asenath, Evangelho Pseudo-Mateus da Infância, Evangelho Pseudo-Tomé, Evangelho de Judas, Proto-Evangelho de Tiago, Evangelho de Nicodemus, Descida de Cristo ao Inferno (versão grega), Descida de Cristo ao Inferno (versão latina), Evagelho de Bartolomeu, Evangelho de Pedro, Evangelho Segundo Tomé, o Dídimo, Excertos do Evangelho de Maria, Agrapha Extra-Evangelho, Evangelho Segundo Felipe, O Evangelho da Verdade, O Evangelho de Valentino, Ciclo de Pilatus, Julgamento e Condenação de Pilatus, Declarações de José de Arimatéia, Aquele que reclamou o Corpo do Senhor, e que Contem a Causa dos dois ladrões, Cartas do Senhor, Discurso Sobre o Domingo, Apócrifos da Assunção, Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria, Didaquê: O Ensino dos Doze Apóstolos, Apocalipse de Baruch, Apocalipse de Adão, Apocalipse de Abraão, Apocalipse de Moisés, Apocalipse de Elias, Apocalipse de Pedro, Apocalipse de Tomé. - Bíblia Stuttgartensia (Hebraica) à Versão mais recente da Bíblia em hebraico, composta diretamente dos Textos Massoréticos, tidos como os mais fiéis. Engloba apenas os livros do Tanakh judeu, isto é, o Velho Testamento dos protestantes. - Bíblia Septuaginta, LXX (Grega) à É a versão grega da Bíblia hebraica, que foi elaborada entre os séculos III e I antes de Cristo, por 72 rabinos judeus, daí seu nome ser Septuaginta, ou “versão dos setenta”. A Septuaginta inclui livros apócrifos, que não constam do cânon hebraico, sendo que os protestantes excluem esses livros adicionais, contudo, os cristãos católicos mantém alguns dos livros constantes da Septuaginta em seu cânon. - Bíblia Vulgata (Latina) à Versão em latim de toda a Bíblia, produzida no século VI, por Jerônimo, a pedido do papa Dâmaso I. É uma tradução do Antigo Testamento em hebraico e do Novo Testamento em grego, diretamente para o latim vulgar, falado em todo Império Romano à época. Possui alguns livros à mais que a Bíblia protestante, chamados de deuterocanônicos. 1.3 TESTEMUNHOS DE GRANDES PERSONALIDADES SOBRE A BÍBLIA - Johannes Kepler (fundador da astronomia física, alemão) à “Astronomia é pensar os pensamentos de Deus, depois Dele”. - Francis Bacon (lorde, diplomata e filósofo inglês, pai do moderno método científico) à “Há dois livros que devemos sempre estudar: As Escrituras, que nos previnem do erro e revelam a vontade de Deus, e a Criação, que expressa o Seu poder”. - Isaac Newton (físico inglês) à “Nós encontramos mais marcas da autenticidade da Bíblia que da história secular”. - Louis Pasteur (microbiologista francês) à “Quanto mais conheço a Bíblia, mais minha fé aumenta”. - Werner von Braun (engenheiro físico alemão) à “Não consigo entender como um cientista tem a capacidade de não reconhecer a presença de uma racionalidade superior e divina por trás da existência do universo. Seria o mesmo que um teólogo que resolvesse negar os avanços da ciência moderna”. - Sir William Ramsey (arqueólogo inglês) à “Os grandes historiadores são os mais raros escritores…Eu reconheço Lucas entre os historiadores de primeira classe”. - William Foxwell Albright (arqueólogo chileno, possuidor de mais de 30 títulos de doutorado honoris causae) à “Não há a menor dúvida que a arqueologia confirma a historicidade substancial da tradição do Antigo Testamento… Descoberta após descoberta tem confirmado a exatidão de inúmeros detalhes, e feito crescer o reconhecimento da Bíblia como uma valiosa fonte histórica”. - Nelson Blueck (arqueólogo judeu, presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém) à “Pode-se afirmar, categoricamente, que nenhuma descoberta arqueológica tem jamais desmentido uma referência bíblica”. - Victor Hugo (escritor francês) à “Alguns homens, de fato, negam o Deus infinito. Alguns, também, negam o Sol: são os cegos”. 1.4 RECENTES PESQUISAS SOBRE A BÍBLIA E SEU CONHECIMENTO PELA POPULAÇÃO Um renomado instituto de pesquisas dos Estados Unidos, chamado Instituto Barna, sediado em Greendale, Califórnia, elaborou uma pesquisa nos EUA, América Latina, África e Europa, acerca do conhecimento bíblico dos entrevistados. Abaixo seguem os resultados assustadores. 1 – Quais pessoas normatizam seu comportamento de vida pela Bíblia ou por uma filosofia de vida não cristã? Resposta: 25% por uma filosofia bíblico-cristã; 24% se declararam não-cristãos; e 51% disseram não ter nenhuma filosofia de vida. 2 – Dos que se disseram cristãos, quantos possuíam Bíblias? Resposta: 93% possuíam uma ou mais Bíblias; 7% não possuíam um único exemplar da Bíblia. 3 – Dos que possuíam Bíblias, quantos a liam e nela criam? Resposta: 12% liam diariamente a Bíblia; 38% recorriam à ela momentaneamente, em períodos de necessidade; e 42% não concordavam que a Bíblia é a legítima Palavra de Deus, correta em seus ensinos. 4 – Dos que liam a Bíblia, qual seu nível de conhecimento? Resposta: 69% criam que “Deus ajuda quem cedo madruga” é um texto bíblico; 48% acharam que o “Livro de Tomé” fazia parte do Novo Testamento; e 58% não souberam responder quem pregou o “Sermão do Monte”. Em nova pesquisa de campo, o sociólogo norte-americano Jeffrey Haden enviou 10 mil cartas à pastores e líderes religiosos nos EUA, contendo várias perguntas. Abaixo o resultado apurado: - 50% Não criam que Jesus nasceu de uma virgem; - 80% Não criam que Jesus era o legítimo Filho de Deus; - 80% Não criam que a Bíblia é um livro sagrado e inspirado por Deus; e - 36% Não criam na ressurreição física e corpórea de Jesus. Não é de se espantar a razão da atual apostasia que os EUA têm experimentado e exportado para todos os continentes da Terra, entretanto, quando da sua fundação, suas bases bíblico-cristãs eram extremamente sólidas, tanto que sua maior universidade, chamada Harvard, foi fundada por piedosos cristãos, como um local de ensino teológico, que possuía como lema a palavra Veritas, do latim Verdade. Também na fundação dos EUA, um renomado diplomata e jurista francês foi enviado até lá, com o objetivo de “descobrir qual o segredo daquela grande nação”. De volta à França, Alexis de Tocqueville escreveu: “Os Estados Unidos da América são grandes porque são bons”. 1.5 EVIDÊNCIAS DA AUTENTICIDADE DAS ESCRITURAS Segundo o capítulo A Palavra Inspirada de Deus, escrito por John R. Higgins, para o livro Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal, as evidências da autenticidade tanto do Antigo quanto do Novo Testamento podem ser divididas no apoio interno e no apoio externo, que corroboram em favor da identidade da Bíblia como a Palavra de Deus. 1.5.1 APOIO INTERNO É legítimo procurar a origem e o caráter de uma obra escrita por meio do exame de seu conteúdo. A Bíblia revela unidade e consistência espantosas quanto ao seu conteúdo, levando-se em conta a grande diversidade havida em sua composição. O conjunto foi escrito no período de aproximadamente quinze séculos, por cerca de 46 autores diferentes, provenientes de várias classes sociais – políticos, pescadores, agricultores, médicos, reis, etc. Cada um deles escreveu em diferentes locais – palácios, prisões, navios, viagens, exílios, entre outros lugares. Seus textos variavam entre relatos históricos, genealogias, legislações, poesias, profecias e cartas epistolares. Cada um de seus autores possuía antecedentes únicos em sua constituição como pessoas, carregando suas escritas com experiências, virtudes e fraquezas pessoais. Escreveram em três idiomas diferentes (hebraico, aramaico e grego), e trataram de centenas de temas. Ainda assim, diante de tão grande diversidade, seus escritos combinados formam entre si um todo homogêneo e consistente, que aponta para o relacionamento entre Deus e a humanidade. Nas palavras de Josh McDowell a Bíblia não possui “uma unidade superficial, mas profunda. Quanto mais profundamente a estudamos, mais completa essa unidade se nos revela”. A Bíblia é totalmente relacionada à natureza complexa do ser humano, tratando de todas as áreas inerentes à sua vida (Sl. 119:96). Ainda que tenha sido escrita há milhares de anos atrás, a Bíblia continua atendendo às necessidades de cada geração. As Escrituras dirigem continuamente aquele que as lê em direção ao Deus verdadeiro, lhe possibilitando um encontro pessoal e transformador com Ele. Cada porção das Escrituras revela um padrão ético e moral que supera em muito os padrões esperados de homens e mulheres comuns. O foco da ética e moralidade bíblicas não se atém apenas ao que a pessoa faz, mas ao que a pessoa é. Muitos críticos (da ala chamada alta crítica) têm procurado diminuir a credibilidade do AT, por meio da atribuição de novas datas aos seus livros, mais recentes, no interesse de minimizar o caráter acertado das predições proféticas. Entretanto, Peter Stoner analisou oito predições a respeito de Jesus e concluiu que “na vida de uma só pessoa, a probabilidade de elas se coincidirem é de 1 em 100.000.000.000.000.000 (cem quatrilhões). Logo “a única explicação racional de tantas predições exatas, específicas, a longo prazo, é que o Deus onisciente, soberano sobre a história, haja revelado tais conhecimentos aos escritores sagrados”. 1.5.2 APOIO EXTERNO A Bíblia exerce uma influência marcante sobre toda a sociedade, e isso se comprova factualmente, pois ela já foi impressa, no todo ou em parte, em mais de dois mil idiomas (a ONU afirma que atualmente existem 3 mil idiomas ou dialetos falados no mundo), se tornando o livro mais difundido e lido na história da Terra. “Tem se dito que se a Bíblia fosse perdida, poderia ela ser reconstruída em suas partes-base a partir das citações tiradas dos livros que se acham nas prateleiras das bibliotecas públicas”. Os princípios revelados pelas Escrituras serviram para a formulação de todo o sistema legal das nações modernas. Thiessen disse “a Bíblia… produziu os resultados supremos em todas as profissões existentes na vida humana. Tem inspirado sublimemente as artes, a arquitetura, a literatura e a música… Não há livro que se compare a ela na sua influência benéfica sobre a raça humana”. “A exatidão da Bíblia em todas as áreas, incluindo pessoas, locais, costumes, eventos e ciência, têm sido demonstrada pela história e pela arqueologia. Às vezes, pensa-se que a Bíblia está historicamente errada, mas as descobertas têm dado testemunho de sua veracidade. Por exemplo: há algum tempo, pensava-se que a escrita não havia sido inventada senão depois de Moisés. Mas agora, sabemos que essa ciência remonta até 3.000 a.C. Houve tempos quando os críticos negavam a existência de Belsazar. As escavações, contudo, identificam-no com seu nome babilônico: Bel-shar-usur. Os críticos diziam que os heteus, mencionados 22 vezes na Bíblia, nunca existiram. Agora sabemos que eles foram uma grande potência no Oriente Médio”. Em muitas épocas foi intentada a destruição da Bíblia (edito de Diocleciano, de 303, ordenando sua completa destruição), ou sua leitura foi proibida à população (Idade Média), contudo, nenhuma delas obteve êxito. Levando-se em conta que durante muitos séculos ela foi copiada manualmente, grande era a probabilidade dela ter desaparecido. Um célebre filósofo, chamado Voltaire predisse que “dentro de cem anos, o Cristianismo desapareceria”. Cinquenta anos depois da sua morte, ocorrida em 1778, a Sociedade Bíblia de Genebra estava usando o seu prelo e a sua casa para produzir grandes pilhas de Bíblias, conforme relata Sidney Collett. Por fim, Bruce Metzger, especialista em crítica textual, informa que, “no século III a.C., os estudiosos em Alexandria indicavam que as cópias que possuíam da Ilíada de Homero apresentavam cerca de 95% de fidedignidade. Indica, também, que os textos setentrional e meridional da Mahabharata da Índia diferem entre si numa extensão de 26.000 linhas. Isto contrasta com mais de 99,5% de exatidão para as cópias manuscritas do Novo Testamento. Esse meio por cento de diferença consiste principalmente nos erros de ortografia dos copistas e, mesmo assim, passíveis de correção. Nenhuma doutrina da Bíblia depende de algum texto cuja forma original não possa ser determinada com exatidão. Explicando as variantes gregas do NT o Dr. Philip Schaff, presidente do Comitê Americano de Revisores diz: “Esta grande quantidade de variantes do texto grego não deve desconcertar ou alarmar cristão algum. Ela é o resultado natural da grande riqueza de nossas fontes documentais; ela é um testemunho da imensa que o Novo Testamento tem; ela não afeta, mas, ao contrário, assegura a integridade do texto; e ela é um estímulo útil ao estudo. Somente cerca de 400 das 100.000 ou 150.000 variantes afetam materialmente o sentido. Destas, não mais do que cerca de cinquenta são realmente importantes por alguma razão ou outra; e mesmo destas cinquenta uma sequer afeta um artigo de fé ou um preceito de dever que não seja abundantemente mantido por outras passagens sobre as quais não há dúvida, ou pelo teor total do ensino da Escritura. O Textus Receptus de Stephens, Beza e Ezevir, e das versões inglesas, ensina exatamente o mesmo cristianismo que o texto uncial dos manuscritos Sinaítico e Vaticano, as versões mais antigas, e a revisão Anglo-Americana”. (SCHAFF, Philip. Companion to the New Testment apud CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. Vol. 1. São Paulo: Hagnos, 2003. p. 122). 1.6 REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO O estudo da revelação, inspiração e iluminação ensina ao homem como a verdade de Deus pôde ser transmitida sem erro, por homens falíveis, e de como o Deus eterno “abre” (iluminação) o entendimento para que os homens compreendam àquela verdade. A revelação é a influência divina direta que comunica a verdade de Deus ao homem. A inspiração é a influência divina direta que assegura uma transferência correta da verdade numa linguagem que outros possam entender. A inspiração bíblica é: 1. Verbal: que significa que o Espírito Santo guiou a escolha das próprias palavras que estão na Bíblia, em meio às palavras conhecidas pelos autores; e 2. Plenária: que significa que toda a Bíblia é infalível e final, em todas as suas porções. A iluminação é a tarefa efetuada pelo Espírito Santo para possibilitar ao homem, com uma relação correta com Deus, a entender as Escrituras (Lc. 24.44-45, 1 Jo. 2.27). A revelação, inspiração e iluminação podem ser vistas claramente na passagem de 1Co. 2.9-13 (v. 10, revelação; v. 11-12, iluminação e v. 13, inspiração). 1.7 A FORMAÇÃO DO CÂNON E A AUTENTICIDADE DO ANTIGO TESTAMENTO “Estabelecer o cânon da Bíblia não foi, porém, a decisão dos escritores, nem dos líderes religiosos, nem de um concílio eclesiástico. Pelo contrário: o processo da aceitação desses livros como Escritura deu-se mediante a influência providencial do Espírito Santo sobre o povo de Deus. O Cânon foi formado por um consenso, e não por um decreto. A Igreja não resolveu quais livros deveriam estar no cânon sagrado, mas limitou-se a confirmar aqueles que o povo de Deus já reconhecia como a sua Palavra. Fica claro que a Igreja não era a autoridade; mas percebia a autoridade na Palavra inspirada.” (HIGGINS, John R. A palavra inspirada de Deus. In. HORTON, Stanley M. Teologia sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 114-115). “É importante observar que a determinação do cânon, ou lista dos livros da Escritura Sagrada, não é obra da Igreja como entidade organizada. Nós os recebemos, como os Pais e os Concílios os receberam, pois temos evidência de que eles são os escritos dos homens, das classes de homens, cujos nomes eles detêm, merecem crédito, e são inspirados.” (STRONG, Augustus Hopkins. Teologia sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003, p. 265). “A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.” (INGLATERRA. Confissão de fé de Westminster. Da escritura sagrada. Londres, 1647). O Antigo Testamento constitui a parte inicial da Bíblia cristã e a totalidade da Bíblia hebraica, chamada de Tanakh. Segundo a tradição judaica, o AT pode ser divido em Torah ou livros da Lei, que contém a lei mosaica, Nevi’im ou livros dos profetas e Ketuvim ou escritos (formando o acrônimo Tanakh). A tradição cristã divide o AT em Pentateuco (os cinco livros da Lei e Deus), Livros Históricos, Livros Poéticos e Sapienciais e Livros Proféticos, somando um total de 39 livros. A genuinidade do Antigo Testamento é, nas palavras de A. H. Strong: “sinceridade de propósito e liberdade de qualquer coisa falsa ou intencionalmente enganosa a respeito da época ou da autoria dos documentos”. Prova-se a genuinidade do AT através dos seguintes argumentos: 1 – O Novo Testamento faz citação ou alusão a todos os livros do Antigo Testamento como genuínos, exceto seis deles, que são: Juízes, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Ester, Esdras e Neemias, entretanto, apesar destes livros não serem citados diretamente no Novo Testamento, eles não trazem nenhum ensino ou doutrina que anule qualquer outra porção das Escrituras. Juízes – Não se sabe, ao certo, quem seja o autor desse livro de transição, que liga o período de conquista de Canaã por Josué, até os dias da monarquia hebraica. O Talmude aponta Samuel como seu provável autor. Além de não conter nenhuma inscrição que contrarie qualquer ponto bíblico-doutrinário, o livro de Juízes apresenta uma verdade perene por toda a Bíblia: Deus usa somente pessoas cheias do Espírito Santo para sua obra (cf. 3:10, 6:34, 14:6 e At. 1:8, 4:33). Eclesiastes – Sua autoria, pelo estilo, majestade e tema, é atribuída ao rei Salomão. Apesar de não possuir menções específicas no Novo Testemunho, o livro contem verdades espirituais que se coadunam perfeitamente às doutrinas neotestamentárias (cf. 9:9-10 – Hb. 9:27 / 11:9, 12:14 – Mt. 16:27, Rm. 2:6-8 / 5:15 – I Tm. 6:7). Cantares de Salomão – É um livro, que pela tradição judaica, foi escrito durante a juventude do rei Salomão, para descrever seu amor pela bela Sulamita. É o livro bíblico que mais trata do relacionamento pré e pós-nupcial, que coloca em relevo a grandeza da vida afetiva entre o homem e a mulher. Apesar de não haver nenhuma referência explícita em outros livros da Bíblia, seu tema foi utilizado pelo autor de Hebreus para exaltar a nobreza de um casamento santo (13:4), e ainda tem sido utilizado como uma alegoria ao amor entre Cristo e a Igreja (cf. Ef. 5:22-23, Ap. 21:1-2, 9-10). Ester – Seu autor permanece desconhecido até os dias atuais, contudo as evidências literárias intrínsecas apontam para um autor judeu, ou de profundo conhecimento dos costumes hebraicos. O tema desse livro (que não menciona nenhuma vez o nome de Deus) revela uma íntima ligação com o ódio e raiva que desfrutam aqueles que são escolhidos como “povo de Deus”. Trata-se de uma clara alusão ao sofrimento suportado por aqueles que vivem em uma terra alheia, governada por líderes demoníacos, contudo, são livrados sempre pela mão poderosa do Deus ao qual servem. Esdras – É um livro escrito por um sacerdote e escriba (que empresta seu nome ao livro), com o propósito de relatar os eventos históricos e genealógicos de seu tempo, bem como a volta do povo judeu do exílio babilônico. Contém um dos princípios mais patentes de oração fervorosa e arrependida do AT (cap. 9), onde seu autor é tomado de quebrantamento pelo pecado da nação israelita, princípio esse encontrado, mais vividamente, nos profetas Daniel, Jeremias, Joel e em Neemias. Neemias – Este livro foi escrito pelo governador Neemias, auxiliado pelo sacerdote Esdras. Sua historicidade foi comprovada no começo do séc. XX, através dos Papiros de Elefantina, que fazem referência à personagens constantes do livro (Sambalate e Joanã), e também à substituição de Neemias como governador em 410. A.C. Este livro se amolda perfeitamente ao restante das Escrituras Sagradas, apesar de não ser mencionado em outro livro bíblico, pois apresenta a figura de um governador piedoso e dirigido por Deus, constantemente em oração, em semelhança ao rei Davi, e ao Rei dos Reis Jesus. 2 – Por meio do testemunho das autoridades judias antigas e modernas que declaram que somente os livros constantes do atual cânon são sagrados. Nessa esteira estão, segundo A.H. Strong, o historiador Flávio Josefo que “enumera esses livros ‘que, com justiça, desfrutam crédito’”; Filo, que “nunca cita um apócrifo, apesar de que ele cita quase todos os livros do AT”; George Adam Smith, que ensina que “os fatos não apóiam a teoria que atribui o cânon do AT a uma simples decisão da igreja judia nos dias da sua inspiração. O desenvolvimento do cânon do AT foi gradual”, ou seja, ele foi sendo firmado pelo tempo, através de Esdras e Neemias e, finalmente, nas decisões do concílio de rabinos em Jâmnia, entre 90 e 118 d.C. Nesse concílio foi decidido acerca da inclusão de Cantares de Salomão e de Eclesiastes, encerrando assim o cânon do AT. 3 – Através da descoberta do “livro da Lei” no templo (621 a.C), no reinado do rei Josias (II Re. 22:8). Foi justamente nessa data que a Lei, ou Torah, começava a ser observada como a “lei da terra” em Israel (semelhante à força da legislação nacional nos países atuais). Tal descoberta comprova a já existência de porções do AT em formas escritas, juntamente com as passagens de Os. 8:12 (743 – 737 a.C.) e Am. 2:4 (759 – 745 a.C.). 1.8 A FORMAÇÃO DO CÂNON E A AUTENTICIDADE DO NOVO TESTAMENTO Os elementos que garantem a autenticidade do Novo Testamento foram apresentados no capítulo anterior, intitulado Bibliologia, Aspectos Históricos, no item Evidências da autenticidade das Escrituras. Abordaremos, neste momento, a formação e consolidação do cânon do NT, com base na obra O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, do Dr. Russell Norman Champlin (São Paulo: Hagnos, 2002, p. 158-160). Situações que influenciaram a formação do cânon do Novo Testamento: 1 – O AT, que forneceu o impulso criador de um novo testamento; 2 – A vida e as palavras de Jesus Cristo e, em conseqüência a necessidade de criar uma nova autoridade além da autoridade do AT; 3 – A nova religião cristã, que criou a necessidade de mais Escrituras além das Escrituras judaicas, para formar a base da nova revelação; 4 – Os apóstolos, primeiros grandes líderes da nova religião revelada, os quais, com seus livros e epístolas, forneceram a base das novas Escrituras; 5 – Os pais apostólicos, que criaram os cânones primitivos e uma nova autoridade na igreja cristã primitiva; 6 – Os concílios da igreja primitiva e medieval. Foram adotados na elaboração do cânon do NT, basicamente, sete princípios orientadores, para que os livros fossem considerados como de inspiração divina e, portanto, obrigatórios de constarem no NT, são eles: 1. Circulação Universal – Alguns livros jamais foram aceitos por falta de circulação, enquanto outros foram aceitos tardiamente por falta de circulação na igreja universal, pois circulavam somente em certos setores da igreja. 2. Autoria dos Apóstolos – Ou dos discípulos dos apóstolos. Dentre os apóstolos temos as epístolas de Paulo e de Pedro, e os evangelhos de Mateus e João. Dentre os discípulos temos os evangelhos de Marcos e de Lucas, o livro de Atos, a epístola aos Hebreus, etc. 3. Livros Segundo a Tradição – E a doutrina dos apóstolos: Lucas, Atos, Hebreus, Apocalipse e II Pedro. 4. Rejeição – Houveram livros rejeitados mais tarde, após o tempo dos apóstolos. Isso explica a rejeição final das epístolas de Clemente e outras. 5. Rejeição de Escritos Notadamente Falsos – Também foram rejeitados escritos ridículos ou fabulosos. Entre esses podemos enumerar a maior parte dos livros apócrifos, o evangelho de Tomé e de André, os Atos de Paulo, o Apocalipse de Pedro, entre outros. 6. Rejeição de Livros Heréticos – A literatura que visava propagar heresias, como o evangelho de Tomé e diversos outros livros apócrifos. 7. Uso Universal – Por parte da igreja universal. Alguns livros foram aceitos apenas por determinados setores da igreja, ou somente por alguns indivíduos. Finalmente, os vinte e sete atuais livros do NT foram aceitos e passaram a ser universalmente usados na igreja cristã. O cânon oriental foi fixado, de forma quase universal, no Concílio de Alexandria, em 325, por Atanásio de Alexandria. Esse cânon continha os vinte e sete livros que temos hoje no NT. O cânon ocidental foi realizado através dos seguintes concílios: Concílio de Laodicéia, em 363, que proibiu o uso dos livros não-canônicos, esse concílio somente excluiu o livro de Apocalipse; Concílio de Nicéia, em 325, que aceitou o cânon de Atanásio de Alexandria; Concílio de Hipona, em 393, que aceitou os vinte e sete livros atuais; Concílio de Cartago I, em 397, aprovou os atuais vinte e sete livros; Concílio de Cartago II, em 419, que confirmou o anterior, mas separou a epístola aos Hebreus das que são atribuídas ao apóstolo Paulo, Agostinho participou ativamente desses dois últimos concílios. Finalmente, as várias confissões de fé protestantes confirmaram os vinte e sete livros do NT como os temos atualmente (Confissão de Fé Alemã (Augsburgo) de 1530, por Philipp Melanchthon, Confissão de Fé Escocesa de 1560, por John Knox e outros, Confissão de Fé de Westminster de 1647, Confissão de Fé Batista de 1689). 1.9 CARACTERES INTEGRADORES E DISTINTIVOS DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO Há muitos que apontam para uma diferenciação (e mesmo um antagonismo) entre os pactos e o Deus do AT, e a aliança e graça do Deus do NT. Tais pessoas vêm no AT um Deus perfeccionista e irado, pronto a “vingar toda desobediência”, com Suas vontades voltadas exclusivamente para lhe “garantir um grande nome”, enquanto, no NT, nos deparamos com um Senhor humilde e compassivo, atento e prestativo às carências humanas. O maior ensino sobre o vínculo existente entre o AT e o NT está em Gálatas, capítulo 3, para o qual remetemos o aluno. Para comprovarmos, teologicamente, o elo de continuidade existente entre os Antigo e Novo Testamentos, utilizaremos a precisão lição do Dr. Alister E. McGrath, em sua obra Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica (São Paulo: Shedd, 2007, p. 204-205). João Calvino, o reformador suíço, defende a existência de uma fundamental semelhança de continuidade entre os dois testamentos, valendo-se de três argumentos: 1 – Ele enfatiza a imutabilidade da vontade divina. Não é plausível que Deus aja de uma determinada forma no Antigo Testamento e, logo a seguir, aja de uma totalmente distinta no Novo Testamento. Deve existir uma continuidade fundamental de ação e intenção entre os dois testamentos. 2 – Ambos celebram e proclamam a graça de Deus manifestada em Jesus Cristo. Pode ser que o Antigo Testamento seja capaz de oferecer em testemunho da vinda de Jesus apenas “à distância e de forma obscura”; no entanto, seu testemunho da vinda de Cristo é real. 3 – Ambos os testamentos possuem os “mesmos sinais e sacramentos”, dando testemunho da mesma graça por parte de Deus. Desta maneira, Calvino defende que os dois testamentos são, basicamente, idênticos, diferindo apenas em administratio, porém não em substancia. Com o intuito de comprovar as diferenças entre ambos apenas quanto à forma, e não quanto à substância, Calvino apresenta cinco detalhadas explicações: 1 – O Novo Testamento é mais claro do que o Antigo, em particular com relação às coisas invisíveis. O Antigo Testamento tende a ser impregnado de certas preocupações relativas a coisas visíveis e tangíveis, que pode por vezes obscurecer os propósitos, esperanças e valores intangíveis que estão por trás daquilo que é visível. Calvino exemplifica esse aspecto com uma referência à terra de Canaã. O Antigo Testamento tende a tratar essa propriedade terrena como fim em si mesma, ao passo que o Novo Testamento a considera como reflexo da herança futura, reservada aos cristãos no céu. 2 – Os Antigo e Novo Testamentos adotam uma abordagem diferente em relação à linguagem figurativa. O Antigo Testamento utiliza um modelo de representação da realidade que, conforme sugere Calvino, leva a um encontro indireto com a verdade, por meio de diversas figuras de linguagem e imagens; o Novo Testamento possibilita uma experiência imediata da verdade. O Antigo Testamento apresenta “apenas um reflexo da verdade… a sombra no lugar da substância”, proporcionando uma “antecipação daquela sabedoria que viria a ser um dia claramente revelada”; o Novo Testamento apresenta a verdade de forma direta, em toda sua plenitude. 3 – Há uma diferença entre a lei e o evangelho, ou entre a letra e o espírito. Falta ao Antigo Testamento a ação poderosa e capacitadora do Espírito Santo, ao passo em que o Novo Testamento é capaz de liberar esse poder. A lei é capaz, portanto, de instruir mandamentos, proibir e prometer, mas faltam-lhe recursos necessários para operar algum tipo de transformação fundamental na natureza humana, o que representa, antes de tudo, a razão da necessidade de mandamentos. O evangelho é capaz de “transformar ou corrigir a perversidade que é inerente a todos os seres humanos.” A lei e o evangelho guardam entre si uma relação de continuidade, assim como não se encontram em posições diametralmente opostas. 4 – Percebe-se uma diferença nas emoções desiguais evocadas pela lei e pelo evangelho. O Antigo Testamento evoca temor e tremor, mantendo a consciência em estado de servidão, ao passo que o Novo Testamento provoca uma resposta de liberdade e júbilo. 5 – A revelação do Antigo Testamento era restrita à nação de Israel; a revelação do Novo Testamento possui escopo universal. Calvino restringe a esfera de atuação da antiga aliança a Israel; com a vinda de Cristo, essa separação chegou ao fim, à medida que foi abolida a diferença entre judeu e grego, entre circuncisos e incircuncisos. Assim, o chamado dos gentios distingue o Antigo Testamento do Novo. Em uma das poucas obras de teologia escritas por um rei (Rei James I da Inglaterra, que também foi o mandante da confecção de uma nova versão da Bíblia em inglês, chamada de King James Version), este apresenta a seu filho, Príncipe Henry, a precisa relação existente entre o Antigo e o Novo Testamento, conforme abaixo: “Toda a Bíblia é ditada pelo próprio Espírito de Deus para, dessa maneira (assim como por meio de sua palavra viva), instruir e governar toda a igreja em ação, até os confins do mundo. Ela compõe-se de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos. A base do Antigo Testamento é a Lei, que expõe nosso pecado e traz em si a justiça. A base do Novo Testamento é Cristo, aquele que perdoando os pecados, encerra em si a graça. A síntese da lei são os Dez Mandamentos, mostrados de forma mais detalhada na Lei e interpretados pelos Profetas: por intermédio de suas histórias são apresentados exemplos da obediência ou desobediência aos mandamentos e qual praemiun ou poena era, conseqüentemente, atribuído por Deus. Contudo, tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei, nem sequer uma parte dela, aprouve a Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, enviar seu próprio Filho como um de nós, segundo a nossa natureza, para alcançar sua justiça mediante o sacrifício de seu Filho por nós: para que, uma vez que não pudemos ser salvos pelas nossas obras, pudéssemos ser (ao menos) salvos pela fé. Portanto, a base da Lei da Graça encontra-se nas histórias do nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo.” (JAMES I da Inglaterra. Basilikon dorom [Dom real]). 1.10 PRESERVAÇÃO DAS ESCRITURAS Como relatado nos capítulos anteriores, por diversas vezes a Bíblia foi alvo de tentativas de destruição completa ou parcial. As línguas em que foi escrita, os locais geográficos de difícil acesso, as características pessoais dos escritores e todas as intempéries às quais seus pergaminhos foram submetidos poderiam ter colaborado para que o texto se perdesse ou que fosse gravemente deturpado. Contudo, devido à sua autoria divina, esse incomparável livro foi preservado no passado, permanece resguardado no presente e continuará preservado pelos anos que ainda se fizerem necessários até a volta de Cristo, e mesmo depois desse evento, estará em pleno cumprimento no céu! “Acerca dos teus testemunhos soube, desde a antiguidade, que tu os fundaste para sempre”. (Sl. 119.152) “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. (Mt. 24.35) “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”. (1Pe. 1.23)

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